O câncer de mama é um dos tipos de câncer que mais afetam mulheres no Brasil e no mundo, ficando atrás apenas do câncer de pele. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença corresponde a, aproximadamente, 25% dos novos casos a cada ano. Além disso, e, no ano de 2018, foram diagnosticados cerca de 59 mil novos casos.
É muito importante que toda mulher conheça a doença e saiba identificar qualquer alteração existente nas mamas, uma vez que o diagnóstico precoce eleva significativamente as chances de tratamento e cura.
Quer saber mais sobre o câncer mamário? Ótimo! Para ajudá-la, explicaremos abaixo um pouco mais sobre a doença, os sintomas, fatores de risco e como se prevenir. Vamos lá?
O câncer de mama
Como em qualquer tipo de câncer, o tumor nas mamas é resultado de mutações genéticas e do crescimento desordenado das células da região dos ductos mamários e glóbulos mamários. Elas adquirem a capacidade de se multiplicar, se tornam agressivas e invadem tecidos e órgãos, produzindo tumores malignos – o câncer.
A importância do diagnóstico precoce
Um dos métodos mais eficazes para se vencer a batalha contra o câncer de mama é diagnosticar a doença antes que ela tenha evoluído. Nos estágios iniciais, quando o tumor ainda não ultrapassou 1 centímetro, as chances de vencer a doença chegam a 95% dos casos.
Para diagnosticar a doença no início, devem ser realizados os seguintes exames:
- Mamografia – Recomendada em qualquer idade, caso haja suspeita da doença. É a melhor forma de se identificar o câncer de mama no estágio inicial, pois nessa fase os nódulos podem não ser palpáveis.
- Mamografia de rastreamento – Por ser a fase de maior incidência, é indicada para mulheres com idade entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, mesmo quando não há sintomas. O objetivo é identificar precocemente e reduzir a taxa de mortalidade.
- Autoexame – O autoexame é fundamental, no entanto, essa técnica não deve ser utilizada de forma isolada, mas complementar. Ela não costuma ser suficiente para identificar a doença no início.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para a doença são:
- Genética ou histórico familiar – Mulheres brancas têm mais tendência em desenvolver câncer de mama, e o risco aumenta entre aquelas que possuem parentes de primeiro grau diagnosticadas com a doença.
- Idade – O risco da doença aumenta à medida que se envelhece, sendo mais frequente entre os 40 e 69 anos de idade.
- Menopausa e reposição hormonal – Muitas mulheres fazem reposição hormonal para amenizar os sintomas da menopausa com remédios compostos de estrogênio ou progesterona, que podem aumentar o risco de surgimento da doença. A alternativa recomendada, para a menopausa, são exercícios físicos e uma dieta equilibrada.
- Sedentarismo – A prática regular de exercícios físicos reduz as chances de desenvolver o câncer.
- Estilo de vida – Hábitos de alimentação ruins, uso excessivo de bebidas alcoólicas, tabaco e obesidade podem elevar o risco de surgimento da doença.
- Gênero – O fato de ser mulher é o primeiro fator de risco para esse tipo específico de câncer.
Principais sinais e sintomas
- Alterações e nódulos nas mamas ou axilas;
- Inchaço e dores;
- Vermelhidão na pele da região afetada;
- Inversão do mamilo;
- Secreção escura ou com sangue nos mamilos.
Dicas de prevenção
Como são muitos os fatores que podem levar ao câncer de mama, é difícil se prevenir completamente contra a doença. No entanto, hábitos de vida saudáveis, check-ups regulares e o controle dos fatores de risco podem reduzir as chances de desenvolver o câncer.
Sendo assim, a principal recomendação é adotar um estilo de vida saudável e se educar sobre a doença:
- Alimente-se de forma saudável e equilibrada;
- Faça exercícios físicos regulares;
- Evite a obesidade e o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro;
- Evite tratamentos de reposição hormonal;
- Em caso de gestação, amamente pelo período máximo que puder: essa atitude reduz as chances de surgimento da doença.
Os mitos e verdades do câncer de mama
Muitas mulheres acabam se assustando com diversas informações que podem ser falsas. É sempre importante que você pesquise a veracidade das notícias para não cair em uma preocupação, muitas vezes, sem sentido.
É claro que os cuidados devem ser sempre redobrados e você não pode deixar de atentar-se ao seu corpo, por isso, leia mais abaixo:
Ter caroços nas mamas é sinal de que a pessoa está com câncer?
Mito. Não, nem todo nódulo (caroço) na mama é sinal de câncer. Muitos nódulos podem ser benignos. Além do mais, o diagnóstico da doença não é feito apenas por esse sintoma.
A mamografia também é capaz de identificar a doença sem que haja necessariamente a presença de caroços. De qualquer maneira e independente da idade, ao identificar um caroço, procure um (a) mastologista.
Mesmo que seja benigno, é importante fazer um acompanhamento médico para que não cresça ou venha a se tornar maligno.
É necessário fazer mamografia todos os anos para detectar tumores?
Verdade. A mamografia é a principal forma de diagnosticar precocemente. É capaz de detectar lesões iniciais e não palpáveis, classificando de acordo com o risco de evoluir para um câncer.
Super importante: quem possui histórico familiar deve começar a fazer o exame com 25 anos. As demais pacientes, após os 40.
Ao retirar o tumor a mulher perde a mama?
Mito. A retirada do tumor faz parte do tratamento contra o câncer. Em algumas situações pode ser necessário retirar a mama. Todavia, isso não quer dizer que a mulher vá perder o órgão.
O intuito é sempre buscar preservar a maior parte da mama, respeitando a segurança da paciente. E quando é preciso fazer a reconstrução, essa pode ser feita na sequência do procedimento cirúrgico.
Usar desodorantes antitranspirantes aumenta o risco de câncer de mama
Mito. Alguns estudos já relataram sobre o potencial cancerígeno de alguns compostos existentes nesses produtos. No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), pesquisas consistentes concluíram que não há relação entre esses cosméticos usados nas axilas e o aumento de risco de câncer de mama.
Menstruar precocemente aumenta o risco de ter a doença?
Verdade. As mulheres que começam a menstruar muito cedo acabam menstruando mais vezes ao longo da vida. Ou seja, ficam mais expostas aos hormônios femininos e masculino, ou melhor, estrogênio e progesterona. Isso não quer dizer que vão ter a doença, mas que devem ficar mais atentas.
Bebida alcoólica tem relação com o aumento do risco de ter câncer de mama?
Verdade. O álcool pode afetar os níveis de estrogênio. Então, mesmo o consumo moderado por semana está associado a um risco aumentado de câncer de mama. Atenção! Esse risco pode ser maior para mulheres com deficiência de ácido fólico (vitamina do complexo B).
O excesso de peso aumenta a possibilidade de desenvolver câncer de mama?
Verdade, mas… somente após a menopausa, a obesidade é considerada um fator de risco. Pesquisas divulgadas pela SBM indicam que as mulheres obesas (índice de massa corporal maior que 28 kg/m2) tiveram um aumento da incidência da doença em 26%; e que o ganho de 20 a 29 kg aumentou o risco em 56%.
O que justificaria esses números é que, após a menopausa, o tecido gorduroso transforma um hormônio produzido na glândula suprarrenal (a androstenediona) em estrona; e, quanto maior o nível de estrona, maior seria o risco de desenvolver câncer de mama.
Câncer de mama pode surgir em homens?
Verdade. A incidência desse tipo de câncer em homens é mais rara, devido à glândula mamária masculina ser geralmente atrofiada. Apenas 1% dos casos é diagnosticado em homens.
Mas pode acontecer e, por essa razão, é preciso que os homens tenham também o hábito de avaliar suas mamas.
Agora você sabe um pouco mais sobre o câncer de mama e sobre a importância do diagnóstico precoce. Portanto, fique atenta aos fatores de risco, às formas de prevenção e consulte o seu médico com periodicidade.
Gostou do post de hoje? Não sabia de algumas dessas dicas ou dos mitos? Então deixe sua opinião sobre o assunto nos comentários, queremos saber o que você tem a dizer!